13 de maio, 2017
O Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, destacou a espiritualidade contemplativa e compassiva de Francisco e Jacinta Marto “que os leva a ser espelho da luz de Deus na prática das boas obras”. Ao apresentar ao Papa Francisco uma breve biografia dos dois videntes, pedindo que sejam canonizados, D. António Marto recorda que os dois jovens “cresceram num ambiente familiar e social modesto, profundamente cristão”. Relatou depois que em 1916, quando pastoreavam o rebanho da família, com a prima Lúcia, viram por três vezes, na primavera, no verão e no outono, o Anjo da Paz, seguiram-se, entre maio e outubro de 1917, as visitas da Virgem Maria. “Na primeira aparição, em 13 de maio de 1917, a Santíssima Virgem fez-lhes um convite: «Quereis oferecer-vos a Deus?». Com sua prima, Lúcia, responderam: «Sim, queremos». A partir dessa data viveram as suas vidas entregues a Deus e aos Seus desígnios de misericórdia”, salientou. Do perfil de Francisco, o Bispo de Leiria-Fátima destaca “o seu jeito pacífico e sereno”, referindo que depois das aparições passa a ter um estilo de vida caracterizado “pela adoração e pela contemplação”. “Sempre que podia, refugiava-se num lugar isolado para rezar. Frequentemente, passava longas horas no silêncio da igreja paroquial, junto ao sacrário, para fazer companhia a «Jesus escondido»”,acrescentou. “Sendo o mais contemplativo dos três videntes, a sua vida de oração alimenta-se da escuta atenta do silêncio em que Deus fala. Deixa-se habitar pela presença indizível de Deus – «Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como era!» – e é a partir dessa presença que acolhe os outros na oração., referiu. Recordou depois a doença e morte de Francisco e a trasladação dos seus restos mortais para a Basílica de Nossa Senhora de Fátima. De Jacinta acentuou o “caráter carinhoso e expansivo”, afirmando que depois dos “encontros com o Céu, vive completamente esquecida de si, oferecendo orações e sacrifícios para o bem de todos quantos sofrem. A sua espiritualidade é caracterizada pela entrega generosa de si, como um dom para os demais”. “Todos os pequenos gestos do seu dia, inclusive as contrariedades na doença, eram motivo de oferta a Deus pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre”, disse. “Característica fundamental da sua espiritualidade era a compaixão, especialmente pelos que sofriam e pelos que viviam afastados de Deus”, referiu ainda o Bispo de Leiria-Fátima, recordando as circunstâncias da morte da vidente e a trasladação para a Basílica do Santuário. A terminar a saudação, referiu a beatificação e Francisco e Marta, a 13 de maio de 2000, neste mesmo Santuário, e enumerou os últimos passos para a canonização “destes mais jovens beatos da história da Igreja, com o reconhecimento do milagre que lhes foi atribuído e a escolha da data e local da cerimónia: “este dia 13 de maio de 2017, durante a peregrinação ao Santuário de Fátima, na celebração do Centenário das Aparições da Santíssima Virgem, Senhora do Rosário”. |