27 de abril, 2017
Os bispos portugueses consideram que a canonização de Francisco e Jacinta Marto desafia a Igreja à conversão e recomendam a releitura das Memórias da Irmã Lúcia e outros testemunhos sobre a experiência espiritual dos dois Pastorinhos, que classificam como fazendo parte "da tradição viva da Igreja".
"Envolvidos pela carinhosa e materna luz de Maria, modelo dos pequenos e pobres, eles experimentam a ternura e a força do braço amoroso de Deus, que humilha os soberbos e levanta os humildes, fazendo resplandecer no testemunho da sua curta existência a elevada e perene glória da santidade.", assinalam os bispos em Nota Pastoral sobre a canonização dois dois videntes, intitulada "Com Francisco e Jacinta Marto, chamados a sermos santos na caridade".
Sublinhando que a Igreja rejubila com a canonização a que o Papa Francisco vai presidir no próximo dia 13 de maio, no Santuário de Fátima, os bispos recordam a vida de oração dos dois Pastorinhos, em resposta aos convites da Senhora do Rosário, referindo que foi na oração que encontraram a "expressão privilegiada da amizade com Deus e do afeto para com os que vivem longe d'Ele".
"Eis o essencial que temos a aprender de Francisco e de Jacinta: cada um de nós é chamado a deixar-se converter à imagem da criança que se confia plenamente ao amor com que o Pai sustém a nossa vida", reforçam.
"É neste sentido – de contínuo apelo à conversão da Igreja – que somos convidados a olhar para o exemplo de vida destas crianças, cientes da semente de fé, esperança e amor que elas semeiam na história humana", referem, citando o Papa Bento XVI na homilia do 10º aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta, a 13 de maio de 2010, em Fátima: o seu exemplo de vida «irradiou e multiplicou-se em grupos sem conta por toda a superfície da terra (…) que se votaram à causa da solidariedade fraterna».
"Testemunhas da misericórdia de Deus, Francisco e Jacinta continuam a levedar a história com a força da caridade que transforma os corações", conclui a Nota Pastoral.
O documento foi divulgado hoje, no final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, reunida em Fátima desde segunda-feira.
